sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

Hérnia de Hiato e Refluxo Gastroesofágico (RGE)

A hérnia de hiato é o deslizamento de parte do estômago para o tórax, através do orifício do diafragma.
O esôfago do adulto é um canal muscular de 35 a 40 cm, que conduz o alimento da boca ao estômago. Poucos centímetros antes de se abrir no estômago, o esôfago cruza o diafragma através de um orifício chamado hiato. O diafragma, principal músculo respiratório, é uma calota muscular que divide o tórax do abdome. Na região do hiato esofágico existe uma válvula que se abre para a passagem do alimento do esôfago para o estômago e se fecha para que o conteúdo gástrico não retorne ao esôfago.
A fraqueza da musculatura diafragmática associada a outros fatores pode gerar uma alteração no posicionamento do estômago e originar a Hérnia de Hiato. Quando essa condição acontece há uma falha no mecanismo de regulação da válvula anti-refluxo e o conteúdo do estômago, em geral muito ácido, pode atingir a mucosa do esôfago, é o chamado Refluxo Gastro-Esofágico (percepção da volta do conteúdo estomacal no sentido da boca). 



















Os principais sintomas associados são:
  • Pirose ou azia: é a sensação de queimação ou calor no peito, normalmente irradiada desde a parte superior do abdômen até a garganta. Costuma ocorrer após a alimentação, quando o estômago cheio favorece o refluxo;
  • Eructações (arrotos) freqüentes;
  • Regurgitação: é o retorno do conteúdo alimentar até a boca, com gosto ácido e azedo;
  • Dor no peito: dor torácica que pode lembrar dor de origem cardíaca.
  • Tosse, rouquidão: o refluxo de material ácido para a parte inferior da garganta pode levar a tosse crônica e alterações na voz;
  • Dor de garganta: dores de garganta crônicas sem causa aparente;
  • Excesso de saliva: alguns pacientes queixam-se de salivação excessiva, o que é um reflexo natural porque a deglutição dessa saliva alivia a queimação.
TRATAMENTO OSTEOPÁTICO

Tendo um vasto campo de atuação nas condições anormais do sistema digestivo, a OSTEOPATIA também trata as hérnias de hiato com muita eficiência. O tratamento é realizado por meio de técnicas manuais e consiste em normalizar o tônus do diafragma, estimular o sistema nervoso autônomo e regular a posição do estômago na cavidade abdominal.
A reeducação dos hábitos alimentares é parte importante para o sucesso terapêutico e na sua manutenção. Nas condições mais graves, a cirurgia corretiva pode ser necessária.

terça-feira, 29 de novembro de 2011

Esporão Calcâneo e Fasceíte Plantar


   A fascite plantar é caracterizada pela inflamação da fáscia (membrana de tecido conjuntivo) que se estende do calcâneo aos dedos do pé, e se trata de uma condição dolorosa que acomete cerca de 10% da população em alguma fase da vida. A fáscia plantar auxilia tanto na manutenção da estabilidade do pé quanto na sustentação do arco longitudinal, além de contribuir para a potência do arranque e dos saltos nas práticas esportivas.
   Em alguns casos, com a cronicidade do problema, as forças de tração excessivas exercidas pela fáscia e pelos músculos que se inserem no osso do calcanhar podem estimular a formação e espículas ósseas conhecidas como esporão calcâneo. Nesses casos geralmente o indivíduo já apresenta dores agudas e bem limitantes. Cerca de 50% das pessoas com fasceíte têm esporão.
  Ambas as condições são caracterizadas por dor na(s) planta(s) do pé(s):
·   que pode ser mais intensa pela manhã nos primeiros passos logo ao sair da cama e alivia conforme o individuo passa a se movimentar;
·   ao se levantar após um período de repouso (depois de algum tempo sentado por exemplo);
·   na prática de uma atividade física como caminhada ou corrida, chegando a ser incapacitante;
·   reincidente e diária.
   Na avaliação do paciente com uma ou ambas condições, sempre encontramos alterações estruturais e/ou posturais que geram sobrecarga na musculatura da planta e intrínseca do pé acometido. Quando essas alterações não são corrigidas a tempo, a sobrecarga gera uma tensão maior nessas estruturas durante o apoio do pé no solo e o resultado é o processo inflamatório e a dor como manifestação clínica.
  Inúmeros podem ser os fatores predisponentes à esses desequilíbrios: bloqueios dos micromovimentos dos ossos do pé, obesidade, encurtamento da musculatura posterior da perna, alterações do arco plantar (pé plano ou cavo), bloqueios no joelho e quadril que alterem a descarga de peso na marcha, uso de calçados inadequados, além das condições traumáticas como os entorses de tornozelo e microtraumas em atividades esportivas.
   O tratamento pela Osteopatia se dá pelo diagnóstico dos fatores que geram as sobrecargas no pé e na sua correção, sendo os resultados bastante favoráveis. Nos casos em que o fator postural é de maior importância pode ser necessário um trabalho associado com palmilhas proprioceptivas. Em geral o tempo médio de tratamento é de 05 sessões.

sexta-feira, 4 de novembro de 2011

Cefaléia Tensional: tratamento pela Osteopatia


Cefaléia Tensional: atuação da Osteopatia 

A cefaléia, popularmente chamada de dor de cabeça, atualmente é uma das condições dolorosas com maior incidência na população e estima-se que cerca de 90% das pessoas terá cefaléia pelo menos uma vez na vida.
Inúmeros são os fatores que podem gerar dor de cabeça num indivíduo como, por exemplo, condições alimentares, problemas hepáticos, hipertensão arterial, problemas de oclusão (DTM) entre outras causas; sendo muitas vezes difícil o seu diagnóstico.
A Sociedade Brasileira de Cefaléia define hoje vários tipos de cefaléia e, dentre eles, a cefaléia do tipo tensional é uma das mais comuns. Nela o paciente apresenta sintomas de dor bilateral (dos dois lados da cabeça) do tipo peso, pressão ou aperto, muitas vezes simulando um capacete apertado em volta da cabeça; habitualmente localizadas na fronte e/ou nuca e/ou topo da cabeça; de intensidade leve ou moderada. A cefaléia do tipo tensional pode ser crônica, quando a freqüência das crises é maior que 15 dias ao mês, ou episódica, quando menor que 15 dias ao mês.
Esse tipo de dor de cabeça tem relação com a tensão ou contração exagerada, anormal e mantida de grupos musculares dos ombros, pescoço, couro cabeludo e até face. Esta tensão anormal gera os chamados Pontos Gatilhos (Trigger Points) no músculo. Um Ponto Gatilho é um local altamente irritável que se apresenta rígido à palpação e que produz dor, limitação na amplitude de alongamento, fraqueza sem atrofia e sem déficit neurológico. Quando estimulados, desencadeiam dor local, dor referida a distância e fenômenos autonômicos.
Os músculos trapézio superior, esternocleidomastóideo, elevador da escápula, suboccipitais e mastigatórios são os mais relacionados a sintomatologia dos pacientes com cefaléia do tipo tensional.
No tratamento de Osteopatia o diagnóstico é clínico e depende da anamnese cuidadosa, buscando identificar os fatores desencadeantes e mantenedores do quadro doloroso, de um exame físico detalhado, principalmente pela palpação e busca dos Pontos Gatilho ativos e seu local de dor referida, e também por exclusão das outras patologias.            
A eficácia do tratamento de Osteopatia passa por dois pilares importantes:
  • a identificação correta dos Pontos Gatilhos e das causas que os originam e perpetuam
  • e a abordagem terapêutica buscando suprimir esses fatores.
Na prática clínica a Osteopatia se mostra muito eficaz para cura e/ou controle desse tipo de cefaléia colaborando de forma significativa para qualidade de vida da população.

Dr.Gustavo Souza

sábado, 27 de agosto de 2011

Cólicas e refluxo em bebês

O refluxo e a cólica são duas condições relativamente comuns em bebês mas que podem ser muito bem controlados com o tratamento de Osteopatia.
Durante a gestação e no momento do parto, a cabeça do bebê pode ser submetida à forças que, de alguma forma, podem alterar levemente o posicionamento dos ossos que compõe a calota craniana. 
Se for necessário o recurso do fórceps ou ventosa, forças extras são exercidas sobre o corpo do bebê e, assim, muitos dos habituais problemas dos bebês nos primeiros dias de vida podem ter origem nestas situações.
A base do crânio do bebê, região acima da primeira vértebra cervical, é uma região importante que está submetida a grandes forças de compressão pelas contrações no momento do parto, bem como pela passagem pelo canal vaginal, ou o modo como a cabeça no bebê ficou posicionada no momentos finais da gestação. Nesse local se encontram importantes estruturas (como por exemplo o nervo Vago) responsáveis pela inervação do palato, da faringe, cordas vocais, base da língua, função respiratória, ritmo cardíaco e grande parte do aparelho digestivo. Se essas forças comprimirem o local, isso implicará numa compressão sobre estas estruturas que, por sua vez, podem ocasionar cólicas, refluxo gastro-esofágico (RGE) ou ainda outras manifestações.
A abordagem terapêutica se dá através de técnicas manipulativas suaves que buscam equilibrar as tensões que possam ter afetado esse equilíbrio. 
A assimetria craniana funcional, conhecida como Plagiocefalia posicional, também acontece devido às forças compressivas assimétricas as quais a cabeça do bebê está submetida e também responde bem ao tratamento de Osteopatia, principalmente quando a criança é tratada nos primeiros meses de vida.
Na Europa essa técnica já é bem difundida entre a população e a própria comunidade médica sendo comumente aplicadas aos recém nascidos como tratamento e prevenção de diversas condições comuns à eles como:
- cólicas e constipação
- refluxo gastro-esofágico (RGE)
- torcicolo congênito,
- otites de repetição,
- dificuldade de sucção e deglutição,
- assimetrias cranianas,
- alterações do sono, entre outras.
No Brasil, aos poucos a Osteopatia Pediátrica vem sendo difundida e muitos fisioterapeutas especializados já têm contribuído para qualidade de vida dos recém nascidos e seus pais, que são os que mais sofrem por muitas vezes não encontrarem alívio para os sintomas de seus bebês.


Dr. Gustavo Souza

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