segunda-feira, 7 de junho de 2010

Hérnia de disco

A coluna vertebral é constituída de 24 peças ósseas (chamadas vértebras) além do osso sacro e do cóccix. Sendo o eixo central do corpo acumula funções importantes como: proteção da medula espinhal, sustentação e mobilidade corporal. Cada vértebra recebe cargas vindas do segmento superior e se acomoda sobre a inferior formando um verdadeiro pilar de sustentação. Entre elas existe o disco intervertebral, uma estrutura que absorve essas forças e permite que a coluna vertebral desempenhe bem sua mobilidade favorecendo pequenos movimentos de flexo-extensão, rotação e inclinação entre as vértebras que, no todo, nos permitem os movimentos do dia-dia. Dessa forma, a coluna funciona como uma engrenagem onde o bom desempenho de uma peça depende diretamente das demais.
Durante a vida, a coluna vertebral está submetida a diferentes tipos de forças que colocarão à prova sua estrutura e capacidade de adaptação às mesmas. Quando o corpo já se utilizou de todos os recursos inerentes e não foi capaz de compensar ou resistir a uma situação de estresse, a dor aparece como sinal de alarme.
Desequilíbrios ou fraquezas musculares, má postura, esportes de impacto, hábitos posturais ruins no trabalho associados à falta de ergonomia, movimentos repetitivos com o tronco, traumatismos, entre outros fatores, associados ao fato do disco intervertebral perder sua elasticidade com o avançar da idade são fatores que colocam a coluna em risco. Nessa relação, o disco intervertebral, que tem justamente a função de absorver e adaptar o corpo a essas cargas, é quem mais sofre, passando por um processo degenerativo que pode levar ao aparecimento das hérnias discais.
A hérnia discal é a ruptura do material fibrocartilaginoso (anel fibroso) que se localiza na periferia do disco intervertebral, que faz com que a porção central do disco, composta de um material gelatinoso, se desloque ou mesmo extravase. Essa condição pode gerar dores agudas e crônicas na coluna ou, nos casos em que o material deslocado comprime um nervo, a dor pode ser sentida no trajeto nervoso: são dores que irradiam para as pernas (quando a hérnia é na região lombar) ou para os braços (quando a hérnia é na região do pescoço). Formigamento, perda de sensibilidade e fraqueza muscular são sintomas que também podem ser percebidos nos membros.
Na Osteopatia, a abordagem estrutural do tratamento da hérnia discal se dá na busca e ajuste dos pontos de bloqueio de movimento na coluna vertebral, dos desequilíbrios musculares que afetam sua estática e das relações miofasciais entre o sistema visceral e a coluna. Em síntese, o tratamento Osteopático consiste em corrigir as disfunções que o paciente apresenta que estejam de alguma forma levando a uma sobrecarga maior no segmento herniado. Feita essa correção, damos condição ao corpo de se reequilibrar em resposta à esses novos estímulos e, dessa forma, a inflamação local e a compressão neural diminuem.
Após esse tratamento inicial com a Osteopatia, a prática de uma atividade física focada no trabalho postural muitas vezes é fator indispensável para a reabilitação. Com o paciente esclarecido sobre sua efetiva participação no processo terapêutico, o prognóstico para os portadores de hérnia discal é muito favorável.

CopyRight: Dr. Gustavo Henrique de Souza.

quinta-feira, 27 de maio de 2010

Filosofia Osteopática

Dr. Andrew Still (1828-1917), médico norte americano, foi o grande responsável pela revolucionária forma de pensar, tratar e curar as doenças que denominou Osteopatia. Estudando muito Anatomia Humana e se aproximando dos princípios curativos naturais, Dr. Still postulou um novo conceito de abordagem do corpo humano entendendo seus mecanismos de relação e como tratá-los, levando em consideração as relações que existem entre o equilíbrio funcional do conjunto das estruturas do corpo e a saúde.
Além do princípio da interrelação entre as estruturas corporais, a capacidade do corpo de se auto-curar também tem grande importância na filosofia Osteopática. Desta forma, o diagnóstico e tratamento passam por esse dois pilares: encontrar os focos primários de desequilíbrio que afetam todo o corpo, tratá-los e confiar na capacidade do organismo de buscar seu equilíbrio.
Vários são os fatores que podem alterar a estática corporal e os micromovimentos presentes em todo tecido vivo saudável. Má postura, traumatismos, fatores emocionais, hábitos alimentares ruins, são estímulos nocivos que o organismo recebe a todo instante.
Aqui uma pergunta é importante: o que o corpo faz com tudo isso? Numa tentava inteligente de superação e na busca da manutenção do equilíbrio, o corpo vai “guardando” esses traumas e encontrando meios de compensar os estímulos nocivos que chegam do ambiente em que vivemos. A longo prazo, isso tem um preço, e a somatória de todas essas compensações pode gerar uma tamanha carga de esforço para o corpo manter-se bem que ele pode já não mais suportar, dando o primeiro sinal de que precisa de ajuda: a dor.
Seguindo esse raciocínio, fica mais claro entender porque determinadas dores têm sua origens muitas vezes em focos de tensão que estão longe do local de manifestação das mesmas. E, desta forma, nem sempre a região dolorosa é o local que precisa de uma intervenção terapêutica direta; por exemplo, uma dor lombar pode vir de um problema local, de uma disfunção dos pés, quadril ou até mesmo do intestino.
O tratamento Osteopático é uma continuidade do diagnóstico bem realizado, pois trata diretamente a causa da moléstia e não somente seus efeitos compensadores. Para isso, o Osteopata realiza uma avaliação completa, interrogando o paciente sobre seu histórico, seu modo de vida, alimentação, esportes, trabalho, etc, para encontrar as causas reais de seus transtornos. Por meio de uma exploração manual profunda e precisa, detecta a origem das tensões e bloqueios que estejam em relação com o quadro clínico em questão.
No tratamento Osteopático são realizadas técnicas específicas para o tecido a ser trabalhado, sejam eles a coluna vertebral, membros, vísceras, fáscia, entre outros. Longe de limitar-se a coluna vertebral, a Osteopatia trata todo o corpo, e tem indiçacão para todas as idades inclusive para algumas condições em bebês.
Para concluir, o corpo humano, extraordinário conjunto de movimentos, energias, forças, mecanismos diversos interrelacionados, possui em seu interior a capacidade de reequilibrar-se e recuperar a saúde. Basta, para isso, detectar-se a verdadeira causa de seus transtornos e oferecer a ajuda necessária, o “gesto mínimo e indispensável” para que possa outra vez reequilibrar-se em suas atividades fisiológicas.
A formação completa (Estrutural, Visceral e Crânio-sacral) em Osteopatia é hoje uma pós-graduação que requer um mínimo de 05 anos de estudo e, no Brasil, é reconhecida como Especialidade do Fisioterapeuta por uma Resolução do Conselho Federal de Fisioterapia, o COFFITO, publicada em 2001.

CopyRight: Dr. Gustavo Henrique de Souza.

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